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Resenha: Férias! - Marian Keyes


Li de novo o de bolso. Como o último do box não é da coleção, acho que vou querer comprar a edição normal dos outros, mas é muita cara. (essa imagem não é minha)
 Férias! é o segundo livro da coleção Família Walsh e continuação de Melancia. Dessa vez a irmã protagonista do livro é Rachel, que mora em Nova York e acabou de ter uma overdose e quase morrer. Os pais resolvem mandar Rachel pro Claustro, uma clínica de reabilitação da Irlanda. Rachel não acredita que é toxicômana, aceita ir apenas porque achava que o Claustro era tipo um spa pra famosos, com hidromassagem e coisas do tipo, e queria  até desintoxicar durante sua estada (mas tomando seu querido Vallium), mas voltaria a usar as drogas quando saísse. Ela demora pra perceber que lá não é como ela imaginava e que todos que estão lá, além de não serem famosos (exceto uma escritora alcóolatra), são realmente viciados em alguma coisa. E o Claustro está longe de ser o lugar chique que ela pensava, nem cozinheiros e equipe de limpeza tem lá, tudo é feito pelos próprios internos. O pior é que Rachel é obrigada a ficar pelo menos 2 semanas lá. 
 A pobre da Rachel é a ovelha negra da família. Eu já tinha lido em A Garota Americana que os irmãos do meio são sempre negligenciados e a Rachel é outra que prova isso, e em dobro já que tem duas irmãs mais velhas e duas mais novas. Entre suas duas irmãs mais velhas inteligentes e suas duas irmãs mais novas lindas, Rachel é a do meio não só pela data de nascimento, mas também nas qualidades. O pior é que seus pais não fazem questão de esconder isso, fiquei muito irritada com como eles a trataram. Outro "problema" é que Rachel é muito alta, complexo que ela sempre carregou, grande parte por culpa da mãe (que é mais alta que seu marido e passou esse complexo para a filha) e de Claire, irmã que Rachel admirava e disse para Rachel que não andasse como uma pessoa alta, pois assim nunca arrumaria um namorado.
 Uma coisa em comum entre Rachel e Claire é que as duas foram deixadas por seus parceiros. Eu até cheguei a pensar "Os problemas de todas as irmãs Walsh são homens?" mas então lembrei de Helen, e o único problema que ela não tem é esse. Por sinal, continuei achando ela insuportável nesse livro, por enquanto é a única irmã que eu não gosto, continua superirresponsável também. Só consegui gostar dela bem no final. Já a Anna que eu já gostava passei a gostar ainda mais, mesmo tendo aparecido muito pouco, adorei a atitude que ela teve. Margaret apareceu superpouco, só pra confirmar sua fama de santinha e não deu pra formar uma opinião sobre ela ainda, mas gostei porque ela não fez nada que me fizesse desgostar e respeito totalmente uma pessoa ser certinha, contanto que ela não julgue as que que não são como elas, e aqui ela não o fez. Já li a sinopse do livro dela e já sei que vai se rebelar, então se eu não for gostar dela acho que não vai ser por esse motivo. Sobre a Claire, eu não vou falar nada, pois não quero dar spoilers de Melancia, e eu vi que algumas pessoas leem os livros da coleção aleatoriamente, mas eles devem ser lidos em ordem porque mesmo a história sendo sobre outra irmã, ela se passa um ano depois do livro anterior e mostra a irmã do livro anterior. Se você ler Férias, você vai saber qual o final de Melancia.
 Na família Walsh todas, exceto Margaret, disputam o posto de pior filha, Rachel disse que antes de ser ela era Claire por ter se divorciado, mas ela não teve culpa disso, o marido que terminou com ela! Se eu fosse a mãe pra mim a pior filha seria Helen ou Anna sempre, duas meninas sem rumo na vida, e mesmo gostando de Anna no caso dela ainda tem as drogas. 
 Este livro é menos engraçado que Melancia porque tem muitos dramas, traumas, não tanto de Rachel, mas dos outros internos também. Mesmo assim é um livro ótimo e eu também ri um pouco. Ele também é mais sério e dá pra se tirar coisas dele. Se você não gostou de Melancia, tente dar uma chance. E ele não tem a personificação dos sentimentos que tinha em Melancia, no lugar disso repete mil vezes a expressão "Ato contínuo" que eu nem sei direito o significado. Com certeza preferia a personificação.
-Você não tem que se culpar por isso. É claro que podia ser mil vezes pior. Hilda Shaw está esperando um bebê. Outro. E ainda não é casada. E, espere só até ouvir isso. Angela Kilfeather botou na cabeça que é lésbica e fica se exibindo de um lado para o outro da rua, beijando na boca a - mamãe hesitou, quase incapaz de pronunciar a palavra - namorada. É claro que uma toxicômana não é nada comparada com isso. Provavelmente, Marguerite Kilfeather acha que eu tenho uma sorte dos diabos.
 Achei isso muito preconceituoso. Desnecessário, sem graça '-'. Ser drogada é pior que tudo isso, que pra mim nem chegam a ser problemas, o único problema é a dificuldade de criar um filho sozinha e o preconceito das pessoas para com os dois casos.